RITCHIE, é meu apelido há anos mas o meu nome verdadeiro é Richard David Court. Nasci em
Beckenham, no condado de Kent, no Sul da Inglaterra no dia 6 de março de 1952.

Durante
a minha infância e adolescência, por ser filho de militar, morei em
diversos países como Quênia, Dinamarca, Italia, Alemanha, Iêmen do Sul e
Escócia, além de várias localidades da Inglaterra.

Estudei em colégios internos, primeiro
Tormore School (dos 7 aos 13 anos),
Sherborne School (dos 13 aos 19 anos) e depois cursei a faculdade de literatura inglesa na Universidade de Oxford (
Magdalen College).

Em 1972, larguei os estudos para
tocar flauta numa banda iniciante de Londres chamada
Everyone Involved com mais de 20 integrantes.
Gravamos um LP,
Either/Or, no mesmo ano, em colaboração com outros artistas londrinos, para contestar os planos de modificação de
Piccadilly Circus, no
West End
da capital. Algumas centenas de cópias foram prensadas e distribuidas
gratuitamente na rua. Havia até um selo no disco com os seguintes
dizeres:
-
Se você pagou por isto, você foi roubado!
Os Brasileiros
Durante as gravações do disco do
Everyone Involved, o guitarrista
Mike Klein me apresentou um grupo de colegas brasileiros,
Lucinha Turnbull,
Sandra Werneck,
Rita Lee e
Liminha, estes dois últimos integrantes da banda
Os Mutantes, que estavam visitando Inglaterra para comprar instrumentos.

Surgiu desse encontro uma forte amizade e o convite para conhecer o Brasil e eventualmente tocar com eles.
No final de '72 embarquei, com armas e bagagens, para o Brasil onde acabei formando, em São Paulo, a banda
Scaladácida com
Fabio Gasparini (guitarras),
Sérgio Kaffa (baixo), e
Azael Rodrigues (bateria).
A banda acabou ficando bastante conhecida em São Paulo onde fazia
shows ao vivo com frequência. Surgiu a possibilidade de um contrato com a
gravadora
Continental, mas ainda sem um visto regularizado, eu
não pude assiná-lo. Com a dissolução da banda no final de '73, decidi
tentar a sorte no Rio de Janeiro com minha mulher, a arquiteta e
estilista carioca,
Leda Zuccarelli.
Rio de Janeiro
Dei
muitas aulas de inglês (particularmente e, mais tarde, na Escola
Berlitz). Meus alunos daquela época incluiam o multi-instrumentalista,
Egberto Gismonti, a cantora,
Gal Costa e o saxofonista,
Paulo Moura. No caso desse último , eu dava aulas de inglês em troca por aulas de flauta.

Inicialmente fazendo backing vocais e tocando flauta, participei do grupo de jazz-rock
Soma liderado pelo baixista
Bruce Henry. O percussionista da banda era
Alyrio Lima, (que chegou a gravar, anos depois, quando já morava nos EUA, com o grupo
fusion,
Weather Report, com o trompetista,
Miles Davis e com o guitarrista,
John McLaughlin).

Logo depois entrei para
A Barca do Sol, como flautista, (ao lado dos violonistas,
Nando Carneiro e
Muri Costa, o percussionista,
Marcelo Costa e o violoncellista e arranjador,
Jaques Morelenbaum).
Em determinado momento sugeri que eu cantasse, em vez de tocar
flauta, e fui prontamente despedido da banda! Afinal, onde já se viu um
gringo cantando MPB em português? Um absurdo!
Vímana
Em 1975, aceitei um convite para ser cantor & flautista na banda progressiva carioca,
Vímana.
Inicialmente fomos contratados para acompanhar a atriz
Marilia Pêra na peça musical
A Feiticeira. Eu tocava flauta. O
Vímana utilizava o teatro às tardes para ensaiar exaustivamente.

Os outros integrantes da banda eram o guitarrista,
Lulu Santos, o baterista,
Lobão, o baixista,
Fernando Gama e o tecladista,
Luiz Paulo Simas. Tocavamos com frequência no
Museu de Arte Moderna e principalmente nos teatros do Rio, conquistando, aos poucos, um público fiel ao nosso estilo híbrido de
rock-jazz-pop-samba-funk progressivo.

Em 1977, foi lançado nosso único compacto simples
Zebra pelo selo
Som Livre. O LP foi arquivado pela gravadora que alegava não haver público para o rock no Brasil.
No final dos anos 70,
Vímana chegou a ensaiar, como banda de apoio, com o tecladista suiço,
Patrick Moraz, (ex-
Yes, ex-
Moody Blues etc.). Insatisfeito com a situação,
Lulu deixou a banda para se dedicar a sua carreira solo.
Com a saída do Lulu, a banda se dissolveu e cada integrante foi para
seu lado. Voltei ao ensino de inglês em tempo quase integral, tocando
música por prazer. Quase cheguei a acreditar que tocar rock no Brasil
era uma causa perdida.
Let the Thunder Cry
Meu primeiro encontro pessoal com o
Jim Capaldi, (baterista e letrista da banda pioneira inglesa,
Traffic), foi quando ele esteve de férias no Rio em 1974.
Jim se tornou um grande amigo. Ele era casado com uma carioca e passava longas temporadas no Rio. Às vezes, ele gravava suas
demos de novas músicas em meu pequeno apartamento em Copacabana.

Em 1980,
Jim me convidou para voltar à Londres, onde participei, como vocalista e arranjador, de seu álbum solo,
Let the Thunder Cry. De repente me encontrei trabalhando ao lado de cobras como
Steve Winwood (
Traffic),
Andy Newmark (
John Lennon etc.),
Simon Kirke (
Free,
Bad Company),
Reebop Kwaaku Bah (
Traffic) e
Mel Collins (
King Crimson).
Quando voltei ao Brasil, decidi procurar novamente o
Bernardo Vilhena, que havia feito algumas letras para a extinta banda,
Vímana.
Começamos a compor juntos as músicas de um eventual disco solo, que,
pela primeira vez, seria cantado inteiramente em português.
Vôo Solo
Liminha, nessas alturas, já era meu aluno de inglês e produtor na
Warner. Ele me ajudou a fazer, em '82, a primeira
demo em 4 canais da música
Menina Veneno.

Empolgado
com o resultado, mas sem conseguir despertar ainda o interesse de
nenhuma gravadora, me juntei a este e outros músicos e produtores amigos
para gravarmos, em apenas 8 canais, uma fita para o selo independente,
Vinyl. Na faixa
Vôo de Coração, tive o apoio, nas guitarras, do meu amigo de outros carnavais,
Steve Hackett, recém-saído da banda
Genesis.

A fita resultante caiu, por acaso, nas mãos de um alto executivo do selo
Epic (CBS), que resolveu comprar a briga e lançar, tentativamente, a música
Menina Veneno
em fevereiro de 1983. Para a surpresa de todos, (inclusive a minha), o
compacto simples se tornou um dos maiores fenômenos da industria,
alcançando em poucas semanas a marca de mais de meio milhão de cópias
vendidas, fato até então inédito no mercado brasileiro para um disco de
estréia.
O Estouro
Em junho do 1983, foi lançado meu primeiro LP solo,
Vôo de Coração, que teve a sorte de repetir o sucesso da música carro-chefe.
Ao todo, 5 faixas do disco,
Menina Veneno,
A Vida Tem dessas Coisas,
Casanova,
Pelo Interfone, e a canção-título,
Vôo de Coração ocuparam os
primeiros lugares das paradas de sucesso brasileiras.
Em 1984 fui premiado com o prestigioso
Trofeu Imprensa como melhor cantor do ano 1983. Meus concorrentes na mesma categoria eram ninguém mais ninguém menos que
Roberto Carlos e
Tim Maia. Uma honra e uma temeridade!

No mesmo ano, montei uma banda com
Nico Rezende (teclados),
Torquato Mariano (guitarras),
Fred Maciel (bateria),
Nilo Romero (baixo),
Chico Sá (sax),
Mariza Fossa &
Sonia Bonfá
(vocais) e embarcamos numa turné nacional de mais de 140 cidades
brasileiras além de excursionarmos por vários países da América Latina.
Enquanto estavamos na estrada, eu soube que o disco havia
ultrapassado a marca mágica de um milháo de discos vendidos. Foi a
realização de um sonho.

Em 1985, fui convidado a participar do
megaclipe/filme promocional do
Mick Jagger, entitulado
Running Out of Luck.
No filme eu faço o papel de um
popstar britânico que chega no Brasil pela primeira vez. A minha cena, onde entro acompanhado de meu
manager,
Dennis Hopper, foi filmada no aeroporto Santos Dumont, no Rio.
Os Discos
Até
hoje, tenho 9 discos solos lançados no Brasil. Em 2009, abri meu
próprio selo, Popsongs, e no mesmo ano lançamos o cd/dvd/blu-ray
Outra Vez (ao vivo no estúdio). Foi o primeiro
Blu-ray de um artista nacional a ser fabricado no Brasil.
Em 2012, comemorei meus 60 anos de vida com um disco de regravações
de músicas da década de 60, o primeiro da minha carreira no Brasil a ser
cantada inteiramente em minha língua nativa. O disco se chama "
60" e você pode comprar (ou simplesmente ouvir todas as faixas em streaming)
aqui.

Isso sem contar com as várias coletâneas da
SonyMusic e um disco como integrante da banda
all-star Tigres de Bengala ao lado de
Vinicius Cantuária,
Mu &
Dadi (
A Cor do Som),
Claudio Zoli e
Billi Forghieri (
Blitz).

Já participei, como convidado especial, em discos de
Caetano Veloso,
Gilberto Gil (seu disco de '84,
Raça Humana é generosamente dedicado à minha pessoa),
Fui o convidado especial em diversos projetos de artistas como
Wagner Tiso,
Kid Abelha e
Flávio Venturini, entre outros.




Realizei shows nos
Estados Unidos,
Paraguai,
Uruguai,
Peru e em todo o território brasileiro.
As Novelas
Diversas músicas minhas foram escolhidas como tema de novela de TV. Em 1986, a música
Transas, escrita por meu tecladista
Nico Rezende e empresário
Paulinho Lima, foi premiada com o
Troféu Villa Lobos como o compacto mais vendido do ano, graças em boa parte ao sucesso da novela
Roda de Fogo.

Outras canções minhas utilizadas em novelas são
Casanova,
Só pra o Vento,
Coisas do Coraçao,
Mais Você e
Um Homem em Volta do Mundo, esta última gravada especialmente para a novela
Cara e Coroa de 1996.
Projetos especiais dessa época incluem a gravação em Londres de músicas feitas em parceria com
Dominic Miller. Meu amigo de longa data, Dominic é o atual guitarrista da banda do
Sting, com quem escreveu o megasucesso
Shape of My Heart. (Uma das músicas da nossa parceria,
Distant Shore, gravada em Londres em 1994, pode ser conferida
aqui.
Outras Quinhentas
Além de me dedicar à música, gosto de pilotar computadores e engenhocas
MIDI desde 1985 e também atuo na área de multimídia com gravações para projetos educacionais em CD ROM como
MPB para Crianças, e a produção de arquivos
MIDI de ritmos brasileiros para
Keyfax Software (a série
Twiddly Bits) com o super-batera
Alfredo Dias Gomes.

Desenhei a
Vitrola Virtual, um
songbook interativo para guitarristas, para o
Lulu Santos, como parte integral do seu website oficial. O site foi votado pela
IBest entre os 10 melhores websites de 1997, na categoria Arte & Cultura.

Uma parte do site do poeta brasileiro
Carlos Drummond de Andrade, uma versão interativo do livro,
O Avesso das Coisas, também foi desenvolvido por mim em 1998, junto com o neto do poeta, Pedro Drummond.
Hoje em dia trabalho apenas ocasionalmente como websound designer mas
por boa parte dos anos 90, cheguei a trabalhar nisso quase em tempo
integral.

Em 1999, fui convidado por
Thomas Dolby (o artista, produtor e fundadador da Beatnik Inc.) para desenhar e implementar a sonorização dos websites da
Yahoo! Digital e
Beatnik.

Recentes trabalhos sonorizados no Brasil incluem o
USINACIFRAS (um
songbook interativo para guitarristas, movido à Beatnik) da hoje já extinta
Usina do Som.
Hoje em dia eu não trabalho muito mais como consultor free-lancer de web, simplesmente porque não dá mais tempo.
A música sempre falou mais alto na minha vida.
Hoje em Dia

Meu CD
Autofidelidade, foi lançado em junho de 2002 pela
DeckDisc. É um disco de inéditas, o primeiro em mais de 10 anos, e vem com 14 faixas, 5 delas cantadas em inglês.
O primeiro single
Lágrimas Demais foi tema da personagem da
Vera Fischer na novela Global
Agora É Que São Elas.
Desde 2004 tenho voltado cada vez mais à estrada, percorrendo o
Brasil todo fazendo shows com minha banda e também como integrante de um
road-show dos Anos 80 composto de colegas e convidados da nata do BRock, sob a batuta do meu amigo
Leo Jaime.

O
DVD deste show, gravado para o programa
Multishow em junho de 2005 no teatro
Olympia
de São Paulo, um sucesso de público e crítica, foi premiado
recentemente com um disco de platina pela venda de mais de 78,000
exemplares.
Uma faixa, entitulada
Fala, que eu gravei num disco tributo ao
Secos e Molhados em 2003, pela Deckdisc, foi selecionada como tema para a personagem de
José Mayer na novela da
Globo,
A Favorita, que estreiou em junho de 2008.

Em 2009, transformei minha Editora
PopSongs, num selo tambm e, em parceria com o
Canal Brasil, A
Microservice e
Estúdios Visom, lançamos o primeiro
Bluray de um artista a ser produzido, autorado e fabricado no
Brasil. O trabalho também saiu nos formatos
CD e
DVD. O disco está também disponível para download no
iTunesStore e na
ONErpm.

Fiz
60 anos no dia 06 de março de 2012 e para comemorar a data, lancei o
primeiro disco da minha carreira a ser cantado inteiramente em inglês,
só de covers dos anos 60. O disco está disponível em CD no Brasil e teve
lançamento mundial simultâneo em mais de 90 lojas digitais como
iTunes,
ONErpm e
Amazon.
Moro no Rio de Janeiro com a minha mulher,
Leda, nossas duas filhas,
Mary e
Lynn, e nossa cadelinha, da raça
Cão D'Água Português, que atende pelo nome de
Joaquina.
Site Oficial: www.ritchie.com.br
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