Com Mangabinha, Delmir e Delmon, o Trio Parada Dura lançou três LP's pela gravadora Chororó, em seus dois anos de duração, nessa formação inicial.
Desconhecemos
qualquer remasterização em CD desses
primeiros discos, os quais possuem indubitavelmente um indiscutível
valor histórico. Em 1975, dois anos após sua formação,
aconteceu a primeira alteração no Trio Parada Dura,
com as saídas de Delmir e Delmon, que foram substituídos
por Creone e Barrerito (Élcio Neves Borges, nascido em São
Fidélis-RJ em 22/10/1942 e falecido em Belo Horizonte -
MG em 12/08/1998).
E
com a saída de Delmir e Delmon os direitos do nome “Trio
Parada Dura” acabaram ficando com o Mangabinha.
Com
a nova formação, o Trio Parada Dura gravou, até o
ano de 1987, três LP's pela gravadora Chororó ("Mineiro
Não Perde o Trem" (1976), "Casa da Avenida" (1977)
e "Homem de Pedra (1978)) e 10 LP's pela Copacabana (dentre
os quais, "Cruz Pesada" (1978), "Castelo de Amor" (1979), "Blusa
Vermelha" (1980) e "Barco de Papel" (1984).
Nesses
oito anos, o conjunto fez bastante sucesso com as músicas "Não
Quero Piedade" (Ronaldo Adriano - Zé da Praia - Barrerito), "Homem
De Pedra" (Correto - Creone), "O Doutor E A Empregada" (Roniel
- Augusto Alves Pinto), "Fuscão Preto" (Jeca Mineiro
- Atílio Versutti), "Panela Velha" (Moraezinho
- Auri Silvestre), "Avião Das Nove" (Praense -
Ado), "As Andorinhas" (Alcino Alves - Rossi - Rosa Quadros)
(a música cujo trecho o Apreciador ouve ao acessar essa
página), "Mineiro Não Perde O Trem" (Juquinha
- Silveira), "O Carro E A Faculdade" (Sulino - José Fortuna), "Soraia" (Zé Mulato
- Aristeu - Barrerito) e "Bobeou... A Gente Pimba" (Jotha
Luiz - Cesar Augusto - Barrerito), apenas para citar algumas. Sem
dúvida, o período de maior sucesso do trio.
Em
Março de 1982 os integrantes do "Trio Parada Dura" sofreram
um acidente aéreo que levou o Barrerito à cadeira
de rodas. Apesar de ter gravado alguns LP's com o trio após
o acidente, ele se sentia discriminado pelos companheiros e acabou
largando o conjunto. Em seu lugar, entrou seu irmão Parrerito,
o qual integrou o trio até 2006. Barrerito passou a cantar
sozinho, tendo gravado diversos LP's (o primeiro foi "Onde
Estão Os
Meus Passos", pela Copacabana
- 12.944), com destaque para a faixa-título "Onde Estão
os Meus Passos" (Carlos Randall - Barrerito - Nilza Carvalho).
Ao que consta, o Barrerito gravou 8 LP's em carreira-solo pelos selos
Copacabana e RGE.
Em
1987, o Trio Parada Dura passou a ser formado por Mangabinha, Parrerito
e Creone (Florisvaldo Alves Ferreira, nascido em Comendador Gomes
Ferreira-MG em 1940) e, com essa formação, gravaram
um LP na Copacabana ("De Ontem Para Hoje" (1990)) e três
LP's na Chantecler ("Palavra de Honra" (1990), "Trio
Parada Dura" (1991) e "Gigante Iluminado" (1992).
É preciso
também ser citado que os diversos integrantes
do trio também já atuaram sozinhos e/ou em diversas
outras formações: Creone e Barrerito, já formaram
dupla em 1963 e gravaram alguns LP's pelo selo Califórnia.
Barrerito também chegou a gravar diversos LP's, conforme
já foi mencionado logo acima.
O
mesmo Barrerito também chegou a formar em 1997 o "Trio
Alto Astral" juntamente com Creone e Voninho, tendo
gravado o CD "Dor-De-Cotovelo" pela RGE em 1998.
Mangabinha também chegou a gravar diversos LP's
tanto em "carreira-solo", como também
em dupla com Nhozinho.
O
conjunto se desfez em 1992 e retornou à atividade em 1996,
com nova formação: Mangabinha, Parrerito e Creonito,
ocasião na qual gravaram os CDs "As Andorinhas" (1996)
e "Não Vá Embora" (1997), pela EMI e Copacabana,
respectivamente. E a partir de 1998, nova formação
para o Trio Parada Dura: Mangabinha, Parrerito e Creone. É comum
observarmos os nomes dos integrantes do trio estampados nas capas
dos diversos CD’s e LP’s. “para que a gente se
confunda o menos possível”
O
Trio Parada Dura realmente não pode deixar de ser citado,
quando se fala na História da Música Sertaneja,
já que, conforme foi dito, esse trio se formou em 1973
(bem antes dos "breganejos e sertanejos"), aproveitando
a "trilha" que havia sido aberta em 1969 por Léo
Canhoto e Robertinho e cuja continuidade havia sido dada em 1970
por Milionário e José Rico.
Sobre
essa "inovação", ocorrida
no gênero sertanejo é preciso ser citado o comentário
de Inezita Barroso, que consta na página 333 do Livro "Música
Caipira - Da Roça Ao Rodeio" de Rosa Nepomuceno, e que
nos mostra o quanto a "Madrinha" dá valor ao que é autêntico,
ao que é da Nossa Terra:... não é que eu não
goste, mas eles quebraram aquela unidade caipira. Então dali
pra cá começaram a aparecer as duplas ditas modernas,
né? Criou-se nesse momento, não uma inimizade, mas
uma prevenção contra esse tipo de música. Os
caipiras resolveram se unir, porque não havia mais lugar
para eles, eles estavam indo embora, pro interior."
Nessa
citação, Inezita se referiu aos que "inovaram
a linguagem do mercado" que misturaram violas com guitarras,
os quais Inezita sempre viu "com reservas"; isto na
época em que "estouravam nas paradas de sucesso"
Léo Canhoto e Robertinho, Milionário e José
Rico e o Trio Parada Dura. Lembrar que, na época desse
comentário, ainda não eram conhecidas duplas tais
como "Leandro e Leonardo", "Zezé di Camargo
e Luciano" e "Bruno e Marrone", duplas essas "rotuladas
comercialmente" como novos nomes da Música (que não
é mais) Sertaneja, mas sim uma "mistura romântico/brega"
também chamada de "breganejo" ou "sertanejo".
De
acordo com Ayrton Mugnaini Jr. em seu excelente livro "Enciclopédia
Das Músicas Sertanejas", na página 61, "...
o rótulo 'breganejo' foi criado pelo radialista Moraes
Sarmento (1922 - 1998) (...) Consta que a palavra 'brega' surgiu
no Nordeste, de uma casa noturna realmente frege, 'povão'
no pior sentido, que ficava numa rua chamada Manoel da Nóbrega;
de algum modo a placa da rua foi parcialmente encoberta ou destruída,
lendo-se apenas o fina, “ brega”, que com o tempo
acabou virando novo nome desta casa noturna – “'vamos
lá no Brega” - e, por extensão, tornou-se
também sinônimo de 'puteiro' e da música
tocada nestes lugares (...)
A
música brega pode ser definida como música a mais
sentimental, simples e direta possível, que no Brasil, a
partir do fim dos anos 60, caracterizou-se por diluir a fusão
Rock- MPB da Jovem Guarda com harmonias simples, vocais estridentes
e letras óbvias. Uma característica marcante do breganejo é ser
música tão comercial quanto urbanizada; afinal, a
Música Setaneja já é uma urbanização
da Música Caipira..." E, é bem possível
que seja devido ao sucesso de "Bobeou... A Gente Pimba" (Jotha
Luiz - Cesar Augusto - Barrerito), interpretada pelo Trio Parada
Dura, que em Portugal é chamada de "música pimba" aquela
do tipo bem popular, bem humorada e que se escuta como quem ouve
uma anedota.
As
controvérsias certamente são inevitáveis
e jamais deixarão de existir. Assim como Milionário
e José Rico e Léo Canhoto e Robertinho, o Trio
Parada Dura inovou sem ferir o estilo, sem esquecer totalmente
as Raízes, e faz parte de um "divisor de águas" na
História Musical Brasileira. Por outro lado, além
de composições dos próprios integrantes
(Mangabinha, Creone e Barrerito, por exemplo), também
podemos ouvir Composições Musicais de Compositores
renomados tais como Sulino, Jesus Belmiro, Jeca Mineiro, Ronaldo
Adriano, Miltinho Rodrigues, Peão Carreiro, Praense,
Carlos Cézar, Palmeira, Teddy Vieira, José Fortuna
e Benedito Seviero, apenas para citar alguns, em ótimas
interpretações a cargo do Trio Parada Dura, como
podemos constatar no álbum duplo da Série BIS
lançado pela EMI, com uma seleção bastante
representativa do trio, em gravações que foram
feitas na antiga Copacabana entre 1978 e 1987, quando o conjunto
era formado por Mangabinha, Benzito e Barrerito.
O "Trio
Parada Dura" com a formação CREONE e PARRERITO
se desfez novamente no ano de 2006 e retornou com nova formação
em Novembro de 2007: com Leone, Leonito e Mangabinha.
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