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Léo Canhoto e Robertinho

Universo em Canção on quarta-feira, 9 de março de 2016 | 00:46

Os “Rippes” da música sertaneja, ou se preferirem a dupla de “Cabelos longos”, slogan criado pela dupla no fim dos anos 60, mais precisamente em 1969. 
 
No primeiro LP da dupla, feito pela gravadora RCA VICTOR, foram gravadas 12 músicas, cujo repertório foi escolhido com muito cuidado e o resultado superou todas as expectativas. O disco vendeu mais de 500 mil cópias e continua sendo um marco importante na carreira da dupla. 

Afinal não é fácil conseguir tanto sucesso logo no início. Lançaram 20 LP’S, 5 compactos duplos e 4 CDs.Em 1972 ganharam o primeiro disco de ouro com a música “Apartamento 37”, sendo a primeira dupla sertaneja a conquistar tal prêmio no país. Também foi a única dupla sertaneja a receber o“Brasão da Republica”, homenagem prestada pelo presidente do Brasil no ano de 1976, com a música “O presidente e o lavrador”. 

E ainda foram os pioneiros a apresentarem peças de teatro nos shows. No ano de 1977, fizeram um filme longa-metragem intitulado “Chumbo quente”, cujo roteiro foi escrito por Léo Canhoto. A dupla (Léo Canhoto e Robertinho) foi protagonista, “Os Mocinhos” do filme. 


Léo Canhoto


Descendente de família italiana. Nasceu na cidade de Anhumas, estado de São Paulo. Seu nome verdadeiro é Leonildo Sachi. Seu pseudônimo artístico deve-se ao fato de ele ser realmente canhoto.Sua vida na infância não foi fácil. Sua família morava num sítio no município de Sertanópoles, interior do Paraná.
Até os 18 anos enfrentou todo tipo de trabalho, inclusive “Capinar Roça” que era o mais simples deles. Por causa de uma tragédia se tornou cantor. Essa tragédia foi a doença de seu pai. Para custear o tratamento, Léo Canhoto resolveu fazer um roçado de algodão ajudado por uma de suas irmãs.Endividou-se com a compra de equipamentos e inseticidas, mas nada colheu porque uma chuva antecipada destruiu todo plantio ainda em floração. Então Léo Canhotoresolveu tentar a sorte na cidade grande. 

Foi aí que começou sua grande aventura, procurou emprego em circos “Mambembes”, confiando no violão que aprendera tocar em volta das fogueiras nos diversos sítios onde morou. 

Evidentemente, diante dos pobres recursos artísticos e de uma grande concorrência no setor chegou até passar fome. Mas não desistiu.Toda sua educação musical foi adquirida de “Ouvido”, ou seja, ele é um “Autodidata”.Antes de encontrar Robertinho, Léo Canhoto chegou a participar de algumas duplas, sendo que a mais conhecida foi com Maurinho. Nessa época, os dois amigos chamados então de Maurinho e “Zé Canhoto” participaram de programas na rádio difusora de Londrina e chegaram a tentar a sorte em São Paulo a fim de gravar disco. No entanto, o nome da dupla não foi aceito e o disco acabou saindo com o nome os “Canarinhos do Sertão”. 

Mas o sucesso não veio e a dupla se desfez. Logo em seguida, Léo Canhoto passou a integrar-se ao trio, cujo nome era “Campanha, Léo Canhoto e Perigoso” que também não teve longa duração. Foi quando Léo Canhoto começou a firmar-se como compositor. 

Teve varias de suas músicas gravadas por Zilo e Zalo como “O Milagre do Ladrão”; Tião Carreiro e Pardinho – “Florzinha do Campo”; Zico e Zeca como a música “Engano do Carteiro”, entre outras ao mesmo tempo começou a trabalhar como empresário da dupla Vieira e Vieirinha. Foi aí que a historia de Léo Canhoto começou a mudar. 

Robertinho


Nascido em Água Limpa, interior do estado de Goiás. Batizado com o nome de José Simão Alves, escolheu seu pseudônimo “Robertinho” em homenagem a seu grande ídolo Roberto Carlos.

Antes de ser cantor a vida também não lhe foi fácil. Perdeu sua mãe muito cedo e seu pai o levou para Buriti Alegre onde também trabalhou na roça, mas como não era seu forte tentou ser sapateiro, tintureiro e tratorista. 

No entanto, sua verdadeira vocação era realmente cantor, o que já fazia desde criança. Segundo ele, era muito tímido e quando alguém o pedia para cantar só aceitava se fosse de costas para o publico. Quando acabava a música saia correndo do palco. Ainda em Buriti Alegre ele se uniu com mais dois amigos e fizeram um trio com o nome de “Jota, Jotinha e Marquinho” e cantavam na rádio clube de Buriti.

Algum tempo depois o trio foi para São Paulo e conseguiram gravar um disco. Assim como Léo Canhoto também não obteve sucesso.Robertinho foi para Goiânia e continuou a ter contato com o meio sertanejo, apesar das dificuldades pelas quais passava não desanimou, segundo depoimento, tinha apenas uma calça e duas camisas e passava semanas comendo arroz com tomate, por isso até hoje não gosta de tomate.
Sua vida mudaria completamente naquele dia em que conheceu Léo Canhoto, no ano de 1968. 

 O Encontro


Léo Canhoto estava hospedado em um hotel de Goiânia, famoso por ser um ponto de encontro de artistas sertanejos. Robertinho que já era fã de Léo Canhoto como compositor, foi até o hotel para conhecê-lo. Por intermédio de um acordionista de nome “Inhozinho”, foi apresentado a Léo Canhoto. Quando este o ouviu cantar, gostou muito de sua voz. 

Como havia muito barulho no local, Léo Canhoto convidou Robertinho que fosse a seu quarto para mostrar seu trabalho. Após cantarem juntos algumas músicas, os dois decidiram formar uma dupla. Começava aí a dupla “Léo Canhoto & Robertinho”. Robertinho mudou-se para São Paulo e ficou morando na casa de Léo Canhoto por um período de dois anos.







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