Os “Rippes” da música
sertaneja, ou se preferirem a dupla de “Cabelos longos”, slogan criado
pela dupla no fim dos anos 60, mais precisamente em 1969.
No primeiro LP da
dupla, feito pela gravadora RCA VICTOR, foram gravadas 12 músicas, cujo
repertório foi escolhido com muito cuidado e o resultado superou todas
as expectativas. O disco vendeu mais de 500 mil cópias e continua sendo
um marco importante na carreira da dupla.
Afinal não é fácil
conseguir tanto sucesso logo no início. Lançaram 20 LP’S, 5 compactos
duplos e 4 CDs.Em 1972 ganharam o primeiro disco de ouro com a música
“Apartamento 37”, sendo a primeira dupla sertaneja a conquistar tal
prêmio no país. Também foi a única dupla sertaneja a receber o“Brasão da
Republica”, homenagem prestada pelo presidente do Brasil no ano de
1976, com a música “O presidente e o lavrador”.
E ainda foram os
pioneiros a apresentarem peças de teatro nos shows. No ano de 1977,
fizeram um filme longa-metragem intitulado “Chumbo quente”, cujo roteiro
foi escrito por Léo Canhoto. A dupla (Léo Canhoto e Robertinho) foi
protagonista, “Os Mocinhos” do filme.
Léo Canhoto
Descendente de família italiana. Nasceu na
cidade de Anhumas, estado de São Paulo. Seu nome verdadeiro é Leonildo
Sachi. Seu pseudônimo artístico deve-se ao fato de ele ser realmente
canhoto.Sua vida na infância não foi fácil. Sua família morava num sítio
no município de Sertanópoles, interior do Paraná.
Até os 18 anos enfrentou todo tipo de
trabalho, inclusive “Capinar Roça” que era o mais simples deles. Por
causa de uma tragédia se tornou cantor. Essa tragédia foi a doença de
seu pai. Para custear o tratamento, Léo Canhoto resolveu fazer um roçado
de algodão ajudado por uma de suas irmãs.Endividou-se com a compra de
equipamentos e inseticidas, mas nada colheu porque uma chuva antecipada
destruiu todo plantio ainda em floração. Então Léo Canhotoresolveu
tentar a sorte na cidade grande.
Foi aí que começou sua grande
aventura, procurou emprego em circos “Mambembes”, confiando no violão
que aprendera tocar em volta das fogueiras nos diversos sítios onde
morou.
Evidentemente, diante dos pobres
recursos artísticos e de uma grande concorrência no setor chegou até
passar fome. Mas não desistiu.Toda sua educação musical foi adquirida de
“Ouvido”, ou seja, ele é um “Autodidata”.Antes de encontrar Robertinho,
Léo Canhoto chegou a participar de algumas duplas, sendo que a mais
conhecida foi com Maurinho. Nessa época, os dois amigos chamados então
de Maurinho e “Zé Canhoto” participaram de programas na rádio difusora
de Londrina e chegaram a tentar a sorte em São Paulo a fim de gravar
disco. No entanto, o nome da dupla não foi aceito e o disco acabou
saindo com o nome os “Canarinhos do Sertão”.
Mas o sucesso não veio e a dupla se
desfez. Logo em seguida, Léo Canhoto passou a integrar-se ao trio, cujo
nome era “Campanha, Léo Canhoto e Perigoso” que também não teve longa
duração. Foi quando Léo Canhoto começou a firmar-se como compositor.
Teve varias de suas músicas gravadas
por Zilo e Zalo como “O Milagre do Ladrão”; Tião Carreiro e Pardinho –
“Florzinha do Campo”; Zico e Zeca como a música “Engano do Carteiro”,
entre outras ao mesmo tempo começou a trabalhar como empresário da dupla
Vieira e Vieirinha. Foi aí que a historia de Léo Canhoto começou a
mudar.
Robertinho
Antes de ser cantor a vida também não
lhe foi fácil. Perdeu sua mãe muito cedo e seu pai o levou para Buriti
Alegre onde também trabalhou na roça, mas como não era seu forte tentou
ser sapateiro, tintureiro e tratorista.
No entanto, sua verdadeira vocação era
realmente cantor, o que já fazia desde criança. Segundo ele, era muito
tímido e quando alguém o pedia para cantar só aceitava se fosse de
costas para o publico. Quando acabava a música saia correndo do palco.
Ainda em Buriti Alegre ele se uniu com mais dois amigos e fizeram um
trio com o nome de “Jota, Jotinha e Marquinho” e cantavam na rádio clube
de Buriti.
Algum tempo depois o trio foi para São
Paulo e conseguiram gravar um disco. Assim como Léo Canhoto também não
obteve sucesso.Robertinho foi para Goiânia e continuou a ter contato com
o meio sertanejo, apesar das dificuldades pelas quais passava não
desanimou, segundo depoimento, tinha apenas uma calça e duas camisas e
passava semanas comendo arroz com tomate, por isso até hoje não gosta de
tomate.
Sua vida mudaria completamente naquele dia em que conheceu Léo Canhoto, no ano de 1968.
O Encontro
Léo Canhoto estava hospedado em um
hotel de Goiânia, famoso por ser um ponto de encontro de artistas
sertanejos. Robertinho que já era fã de Léo Canhoto como compositor, foi
até o hotel para conhecê-lo. Por intermédio de um acordionista de nome
“Inhozinho”, foi apresentado a Léo Canhoto. Quando este o ouviu cantar,
gostou muito de sua voz.
Site Oficial: www.leocanhotoerobertinho.com.br
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