Metrô é uma banda brasileira de new wave, formada na cidade de São Paulo em 1984 por Virginie Boutaud (voz), Alec Haiat (guitarra), Yann Laouenan (teclados), Xavier Leblanc (baixo), Dany Roland (bateria) - todos eles franceses ou filhos de franceses radicados no Brasil.1 Foi uma das bandas mais importantes da cena BRock da década de 1980.
Virginie, Dany e Yann se reuniram em 2002 para gravar e lançar o álbum Déjà Vu
Início (1978-83)
A banda nasceu com o nome de "A Gota" (depois "A Gota Suspensa") em 1978 (com inumeras formações, ( Otavio Fialho, Marcia Montserrath, Marcelo Zimberg, Freddy Haiat, Eli Joory, Mike Reuben, Kuki Stolarski, Deborah Srour, Helcio Muller entre outros) influenciados pelos anos 60 e 70 (Beatles, Tropicália, Novos Baianos, Rita Lee, Pink Floyd etc). Com esse nome, o grupo lançou um LP independente em 1983. Apesar de não obter repercussão comercial, o disco chamou a atenção de varias gravadoras entre elas a CBS Records, que os contratou. A Gota mudou de nome e passou a se chamar "Metrô". O grupo também deixou o rock progressivo e adotou como linguagem o pop rock, influênciados pela "new wave" (Blondie, Talking Heads, Laurie Anderson, Roxy Music).Sucesso (1984-87)
No final de 1984, o grupo gravou o compacto duplo "Beat Acelerado"/"Sândalo de Dândi", produzido por Luis Carlos Maluly, e que obteve bom desempenho comercial e imenso sucesso popular a nível nacional. Em seguida, em 1985, foi lançado o álbum Olhar, igualmente produzido por Maluly, e que teve como seu maior sucesso a canção "Tudo Pode Mudar", executada massivamente nas rádios FMs brasileiras e que por muitas semanas só perdeu nas paradas para o hit internacional "We Are The World". As canções "Olhar", "Ti Ti Ti" (tema de abertura da telenovela Ti Ti Ti) e "Johnny Love" (parte da trilha sonora do filme Rock Estrela) também se destacaram comercialmente nesse LP, que ainda continha os hits "Beat Acelerado" e "Sândalo de Dândi". O sucesso comercial do LP Olhar não correspondeu ao imenso sucesso de publico, surpreendentemente, o que causou alguns atritos entre a CBS e o Metrô. Além das FMs brasileiras, o conjunto estava cada semana em vários programas de auditório da TV — como o Perdidos na Noite, comandado por Fausto Silva , Cassino do Chacrinha, Fantastico, Raul Gil, Globo de Ouro, Trapalhões, Barros de Alencar ...O grupo passou a realizar inúmeros concertos por todo o Brasil. O excesso de shows (até 7 por semana), de trabalho de divulgação, somadas as pressões comerciais, maus conselheiros e falta de diálogo desgastaram a banda. No auge do sucesso, a cantora Virginie foi afastada do Metrô em principio de 1986.
Pedro (d'Orey) Parq, ex-vocalista do grupo de rock português Mler Ife Dada, substituiu Virginie.
Em 1987, lançaram o LP ( CULT ) A Mão de Mao que foi sucesso de critica como um dos melhores discos do ano mas um retumbante fracasso comercial. O percussionista Edmundo Carneiro se juntou ao grupo.
Virginie conheceu então o compositor da "vanguarda paulista" Arrigo Barnabé (autor de Clara Crocodilo). Ela escreveu versões para duas new bossas que acabaram sendo gravadas em um projeto destinado à França (ainda inéditas), Numa praia do Brasil foi apresentada em português no festival o Som Das Aguas.
Em 1987 se formou uma nova banda, Com Dom Beto (pensando nela), Nilton Leonardi (Kid Vinil e os herois do Brasil), Albino Infantozi , a "Fruto Proibido", que lançou em 1988 apenas um álbum Crime Perfeito, produzido por Mazola. "Más Companhias", composição de Don Beto e Virginie, foi tema da personagem de Malu Mader na novela global Fera Radical.
Declínio (1988)
Os outros cinco "Metrôs" se separaram em 1988.Yann foi convidado por Rita Lee e Roberto de Carvalho para assumir os teclados de sua nova Tour na Europa (Montreux Jazz Festival). Alec e Xavier passaram a tocar com Kiko Zambianchi. Dany tocou com Nau (Vange Leonel, Zique, Beto Birger) e com Okotô (André Fonseca, Cherry Taketani, Xavier, Andrei Ivanovic). Atuou no teatro com Bia Lessa em "Orlando", "Viagem ao centro da terra" e outras peças. Edmundo Carneiro se mudou para a França, onde vive até hoje.
Em 1990 Yann e Dany viveram em Bruxelas onde formaram "The Passengers" (com Diako Diakoff e Denis Moulin) em 1992, lançando CD homônimo e fazendo vários shows pela Bélgica e França. Virginie casou-se com um diplomata francês e mudou-se para Namíbia, depois Moçambique, Montevidéu, Madagascar e hoje vive na França. Anos depois, todos (com exceção de Virginie e Pedro d'Orey) voltaram ao Brasil.
Retorno (2002-03)
Em fevereiro de 2002, Virginie, que então morava em Nantes, Dany e Yann se encontraram e gravaram no Rio de Janeiro. Lançaram um CD independente gravado totalmente de forma artesanal (BD Produções) em novembro o CD Déjà-Vu. distribuido no Brasil pela Trama e na Europa por Different World, com boa repercussão, e ótima critica; Déjà Vu incluíu composições inéditas e ainda regravações dos hits "Beat Acelerado" e "Johnny Love", além de "Aquarela do Brasil" (de Ary Barroso) e "Mensagem de Amor" (dos Paralamas do Sucesso). O álbum ainda teve as participações especiais de Jorge Mautner, Nelson Jacobina, Waly Salomão, Otto (ex-Mundo Livre S/A) e de Preta Gil, entre outros.Xavier participou de algumas gravações (Achei Bonito, Johnny Love). Em 2003, Dany e Virginie convidaram o jovem tecladista Donatinho (filho de João Donato, então com 17 anos), e o guitarrista André Fonseca (Patife band/Titãs/Okotô/Inocentes) que participou de Déjà-Vu, para um show inaugurando a semana da francofonia no Centro Cultural francês em Maputo, Moçambique. Virginie, Dany e André seguiram algum tempo depois para uma tour por São Paulo, Rio de Janeiro, Londres, Paris e Lisboa (onde participaram em um álbum tributo a Amália Rodrigues).
Atualmente
Virginie Manent viveu em Moçambique, Namibia, Madagascar, Montevidéu. Atualmente vive na França, perto de Toulouse.Alec e Yann gravaram algumas músicas para trilha do filme de Beto Brant "O Invasor" Alec produziu (e tocou) por três anos a cantora paulista Céu. (sendo compositor de várias musicas de seu primeiro CD entre elas "Menino bonito"). Gravou tambem com Otto (Trama) Hoje Alec toca na banda "Paris Texas"que veio a se chamar PARIS LE ROCK Yann Lao, depois de Déja vu, passou os últimos anos tocando e gravando com PR5 (Paulo Ricardo e PA Pagni ex RPMs).
Dany Roland vive no Rio de Janeiro, é DJ, ator e produtor. Produziu e gravou ao lado dos bateristas Domenico Lancellotti (+2/Mulheres q dizem sim/Orquestra Imperial...) e do frances Stephane San Juan (Amadou et Marian/Orquestra Imperial...) "Os Ritmistas" (Dubas/NRT) do qual e membro. Faz trilhas para filmes, teatro, instalaçoes, desfiles e enventualmente toca como DJ. Compos com Palumbo a obra > Pour toujours a jamais < para 7 Bienal do Mercosul (2009). Produziu o novo trabalho de Chelpa Ferro lancado em 2012. Faz parte de B.O.F. ( Bande originale du film ) ao lado de Gustavo Ruiz e Stephane San Juan
Xavier é proprietario do Bistrot francês La Tartine nos Jardins em São Paulo.
Pedro d Orey vive em Paço de Arcos. No regresso a Portugal trabalhou com Nuno Rebelo na trilha sonora de uma peça da coreógrafa Aldara Bizarro, trabalhou com o músico Marco Franco em apresentações no Monumental aquando do ciclo sobre "Os Mistérios de Lisboa", fez parte dos Cães de Crómio e andou algum tempo com o projeto Amar UQ Amar UQ?. Em 2003 lançou um disco com o projeto Wordsong, dedicado ao poeta Al Berto. Depois, lançaram um novo trabalho que combina a música e o vídeo em torno das palavras de Fernando Pessoa.
O grupo se apresentou numa noite historica, em Novembro de 2014 (depois de 29 anos) com sua formaçao original em Sao Paulo para o aniversario de 50 anos do Lycée Pasteur , colégio francês onde se conheceram e estudaram.
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